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Escassez de água: A visão de especialistas

Nesse espaço, o Instituto Trata Brasil tem se posicionado sobre o impacto da falta de saneamento básico para o impedimento de usarmos as águas dos rios urbanos como fonte alternativa de abastecimento humano. Algumas regiões do Brasil passam por momentos nunca vividos antes. A escassez de água nos coloca em alerta e deixa claro que nem todo o Brasil é rico em água potável como aprendemos desde a infância na escola.

A dois meses de iniciar o inverno, muitos brasileiros, e especialistas, estão em alerta, pois podem ser dias, semanas e até meses sem chuva. O que fazer?
O vice-presidente da ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), Eng. Álvaro Menezes, dissertou um artigo sobre os pontos críticos que fazem o Brasil, hoje, sofrer com a escassez hídrica. Intitulado de “Seca ou falta de chuva?”, Álvaro faz uma posição muito pontual: a falta de planejamento urbano como um dos principais agravantes da falta de água em São Paulo e no resto do país.

Recheado de informações preciosas e claras, o Instituto Trata Brasil parabeniza o excelente artigo do vice-presidente da ABES e usa esse espaço para dar visibilidade ao excelente artigo. Leia abaixo:

Publicado pela Tribuna Independente – Maceió (08 de março de 2014)

Seca ou falta de chuva?

Álvaro Menezes – Vice-presidente da ABES

O Brasil está assustado. Nossa metrópole monumental e rica, está prestes a viver um racionamento por falta de água. São Paulo, com sua pujança financeira, capacidade técnica e tecnológica, parece se perguntar: onde erramos? O que fazer para manter as barragens com água e garantir abastecimento regular? Diferente do sertão brasileiro no Nordeste, onde há de fato seca permanente ou sazonal clima semiárido em grande parte de seu território, São Paulo vive um característico fenômeno climático conhecido pelo nome de estiagem, que nada mais é que falta de chuva por período acima do normal e que, até por isso, mostra um desequilíbrio no balanço hídrico. Ou seja, por alguma razão, o uso está superior a disponibilidade e sem a recarga periódica de curto prazo, ocorre a falta ou se atinge o limite crítico da falta de água iminente. Bem, mas São Paulo, como a maioria das capitais do Brasil, não tem clima semiárido. Então, o que significa esta grave redução dos níveis de água nos mananciais, o que também já foi visto em Recife e Fortaleza, por exemplo? A resposta mais simples é que falta de chuva causou o problema atual. Será que não é chegada ou até mesmo passada a hora de se rever o modelo de gestão de nossas cidades, rompendo os limites estabelecidos por sistemas de baixa ou nenhuma governabilidade, pela aplicação efetiva de políticas e práticas integradas de gestão? Parece fácil dizer que a culpa é da SABESP por ser ela a maior usuária de recursos hídricos e simplesmente esquecer que o crescimento descontrolado e desorientado das cidades brasileiras se agrava a cada dia, graças a gestões municipais que se concentram no atendimento a suas metas político partidárias em confronto com as dos governos estaduais, cada um desses poderes a buscar sua hegemonia e poder eterno, não pela implementação de práticas de governança que privilegiem a vida dos cidadãos e sim pelo atendimento circunstancial a nichos de necessidades em infraestrutura espalhados pelas cidades. Como uma das maiores operadoras de serviços de abastecimento de água do mundo, a SABESP sem dúvidas, faz jus também ao reconhecimento como empresa que possui

Elevado padrão de governança, não sendo com certeza a única a se envolver com a busca da solução para os efeitos que são sentidos agora com a redução de nível de água em seus reservatórios. O Governo Federal faz ares de paisagem e sugere que a falta de investimentos em novos sistemas de produção e armazenamento são a solução, apresentando o PAC como seu remédio para todos os males e, até pode ser que haja necessidade de ampliações para muitas capitais e grandes cidades brasileiras, porém mudanças legais urgentes precisam ser pensadas para que não se imagine que a solução virá da existência planos disso e daquilo. Ajustar com clareza os papéis do Estado e da União na gestão de recursos hídricos é uma necessidade como também, limitar o papel das prestadoras de serviços de abastecimento de água aos serviços de distribuição, sem esquecer de exercitar de fato a utilização bem regulada da iniciativa privada nesses serviços por meio de concessões, parcerias público privadas ou sociedades formais, de modo que Estados e Municípios concentrem suas energias na solução dos problemas associados a saúde, educação e segurança, atuando na área de saneamento como fomentadores da prestação dos serviços com qualidade e para todos, sem esgotamento ou poluição das reservas hídricas. Discursos políticos e caça a culpados não fazem chover.

Fonte: Assessoria de Imprensa

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