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Com pior estiagem em um século, Minas avalia racionamento para 248 mil

A estiagem prolongada em Minas Gerais já é considerada a pior dos últimos cem anos, de acordo com avaliação da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais), responsável pelo fornecimento de água em 631 dos 853 municípios mineiros.

A concessionária informou que avalia a situação em sete cidades do interior do Estado onde ainda não há rodízio no abastecimento de água, mas “onde a situação tende a tornar-se mais grave em função da queda mais acelerada da vazão dos mananciais”, conforme nota enviada ao UOL.

As cidades são: Arcos, Campos Altos, Entre Rios de Minas, Lavras, Prata, São Gonçalo do Sapucaí e Santo Antônio do Monte. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) estimou a população dessas localidades em 248.279 para o ano de 2014.

A Copasa informou que a maioria dos rios do Estado apresentou a menor vazão dos últimos dez anos para os meses de junho e julho.

“Em alguns casos, [as vazões foram] inferiores aos dados registrados em mais de cem anos. A situação é ainda mais preocupante quando se constata que as vazões mais baixas geralmente ocorrem no final de setembro e início de outubro, no fim do período de estiagem. Isso indica que a situação tende a ficar ainda mais crítica”, informou o Copasa.

Técnicos e estudiosos da empresa constataram que o Estado atravessa um período “hidroclimático atípico”.

Nessas localidades onde há risco de racionamento de água, a concessionária informou ter obtido autorização do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para prosseguir com campanhas de economia de água –há restrições legais para campanhas governamentais durante o período eleitoral.

A Copasa informou que os moradores da cidade de Pará de Minas (80 km de Belo Horizonte) vêm enfrentando rodízio no abastecimento de água “durante períodos mais prolongados”. Na localidade, com estimativa de pouco mais de 90 mil moradores pelo IBGE, há dois fatores que contribuíram para essa situação.

Segundo a empresa, a estiagem diminuiu a vazão da Estação de Tratamento de Água (ETA) local. E a não renovação de contrato entre a Copasa e a prefeitura local, vencido desde 2009, provocou o adiamento de obras de captação de água para o município.

A companhia informou que dispõe de projeto para buscar água no Rio Paraopeba para a ETA da cidade. No entanto, “agentes financeiros federais e até mesmo internacionais exigem a formalização de um novo contrato para conceder financiamento para execução das obras necessárias”, explicou texto da Copasa.

Em caráter emergencial e paliativo, foram perfurados 56 poços profundos em busca de água subterrânea para reforçar o abastecimento na cidade, conforme nota da assessoria da empresa.

“Desses, 20 se mostraram produtivos e 18 já estão fornecendo água para a cidade, contribuindo com cerca de 73 litros de água por segundo. O abastecimento também vem sendo reforçado com a utilização de 24 caminhões-pipa equipados para transportarem somente água tratada”.

Pouca chuva

A nota da empresa credita esse cenário ao baixo índice de chuvas registrado no último verão. As quase 600 estações pluviométricas da companhia espalhadas em todas as regiões do Estado registaram precipitações até 40% menores que os índices médios dos últimos 10 anos.

“Em várias delas, a redução do índice pluviométrico superou os 50%. Os especialistas alertam que não há registro de secas tão intensas em Minas nos últimos cem anos”, registrou a nota.

FONTE: UOL NOTICIAS

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