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Falta de água leva Ciesp a orientar empresários

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) começou a recomendar às pequenas e médias empresas que são abastecidas pelas companhias de saneamento da região e que estejam com redução de produção por falta de água, a não demitirem funcionários. Além disso, a entidade empresarial está solicitando ao Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) que autorize as grandes empresas a utilizarem em outros mananciais, como poços artesianos ou ribeirões, a outorga que possuem para captar água nos rios.
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“A situação está gravíssima e a indústria não pode ser mais penalizada do que já está sendo” disse o diretor regional do Ciesp, José Nunes Filho. Desde julho as indústrias estão impedidas de fazer novos investimentos ou ampliações de unidades que utilizam água, porque as outorgas para novas captações em todos os rios das Bacias PCJ foram suspensas.
Nunes disse que ainda não há casos de parada de produção na região por falta de água, porque pequenas e médias empresas estão lançando mão de carros-pipa para o abastecimento. “O momento é de cautela e de espera, mas há previsão de chuva no final do mês. Então não é hora de entrar em pânico e começar a demitir”, afirmou.
A preocupação maior é com as grandes empresas que consomem ou são usuárias de água e captam direto nos rios. “A baixa vazão está alarmante e não é fácil parar uma produção. Veja a Refinaria de Paulínia. Ela está operando normalmente, mas se tiver que parar não pode fazer isso de uma hora para outra. Tem que ser programada”, afirmou. As grandes empresas, segundo ele, precisam ser tratadas de forma diferenciada, até porque a maioria é usuário de água – ou seja, elas captam água no rio, utilizam nos processos industriais, tratam e devolvem ao rio.
Em fevereiro, no auge da crise hídrica, a Rodhia de Paulínia teve que interromper as operações de uma de suas linhas de produção. A pouca disponibilidade de água captada no rio Atibaia levou a empresa a parar a produção de intermediários e poliamida, insumos utilizados pelas indústrias automotiva e têxtil. Até ontem, no entanto, a situação, embora preocupante, ainda garante a produção da empresa, informou a unidade de Paulínia.
A falta de chuva e baixa vazão do Rio Atibaia levou a fábrica da MSD, em Sousas, a interromper a captação de água no rio e está comprando água de caminhões-pipa para continuar operando, informou o supervisor da área de utilidades da empresa, Luiz Gustavo Bergamin. A produção ainda não foi afetada. A empresa surgiu da união da Merck Sharp.
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