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Sabesp despenca com incertezas sobre receitas e riscos

O atraso na última etapa da revisão tarifária da Sabesp deixou mais preocupados os investidores da empresa, que já estão com dúvidas sobre o volume de água que a Sabesp vai faturar neste ano e sobre as receitas da companhia. Diante das preocupações – que crescem a cada dia com a redução do nível do sistema Cantareira e a falta de informações precisas da companhia -, o mercado não poupou as ações da empresa, que caíram 5,55%, maior queda desde 20 de março, para R$ 19,74.

As expectativas eram de que a empresa teria na sexta-feira o valor máximo de reajuste médio que poderá aplicar em seu primeiro ciclo de revisão tarifária. O número, que deve ficar próximo dos 4,7% já anunciados preliminarmente pela agência reguladora, a Arsesp, é importante para os cálculos dos números futuros da empresa, tanto de receita, como de rentabilidade.

A ausência da publicação, além de dificultar previsões, gera uma sensação de interferência política nas decisões relativas à companhia. A Sabesp tem 50,3% de seu capital nas mãos do Governo de São Paulo, 25,5% na bolsa brasileira e 24,2% na bolsa de Nova York.

A dificuldade de comunicação com a empresa também tem impedido uma clareza sobre o que se pode esperar da companhia. Procurada pelo Valor para falar sobre seus volumes de água, o Sistema Cantareira e sobre a revisão, a Sabesp tem optado por não comentar os assuntos. A Sabesp também vem se limitando a divulgar as informações que é obrigada por exigência dos órgãos reguladores.

Considerando um cenário em que 50% dos 18,7 milhões de consumidores elegíveis vão obter o desconto de 30% prometido pela Sabesp, o Goldman Sachs cortou sua projeção para as receitas da empresa em 7,6% neste ano, para R$ 8,9 bilhões.

Já a Fitch, estimando um crescimento de 2,5% na base de operações da empresa e um reajuste de tarifas de 4,7%, calculou que a Sabesp terá uma redução de 14% em sua receita líquida neste ano como resultado do programa de descontos para quem reduzir consumo de água. A agência prevê um impacto forte na margem Ebitda, que passa a 33%, de 44% nos últimos quatro anos, em média. E a alavancagem, medida por dívida líquida sobre Ebitda, deve ficar perto de 3,5 vezes, de 2,5 vezes no fim de 2013.

A companhia vai arcar sozinha com os descontos. E também vai usar seus recursos próprios para os gastos decorrentes da situação crítica dos reservatórios do Sistema Cantareira. Entre os desembolsos estão os investimentos anunciados pelo governador Geraldo Ackmin para a ligação do Sistema Paraíba do Sul ao Cantareira. A companhia informou que investirá R$ 504 milhões em 2015 e 2016 para o projeto. Segundo fontes do mercado, porém, o custo do projeto seria muito superior ao citado e mais próximo de R$ 1 bilhão.

Questionada sobre sua previsão de impacto de um eventual racionamento em suas receitas, a Sabesp não se pronuncia. Oficialmente, vem informando nos últimos meses por meio da assessoria de imprensa que não trabalha com essa possibilidade.

No entanto, os temores de um racionamento – e de um impacto ainda maior em suas receitas – aumentaram nas últimas semanas após a Sabesp ter admitido que poderá tomar medidas drásticas, como um rodízio de água, caso os níveis dos reservatórios não sejam restabelecidos. A afirmação estava em seu relatório de administração referente ao balanço de 2013, conforme informou o Valor PRO, serviço de tempo real do Valor, em 31 de março.

A companhia confia que poderá evitar o racionamento com o uso da água do “volume morto” das represas Atibainha, em Nazaré Paulista, e Jaguari/Jacareí, em Bragança Paulista. A companhia afirma que o volume de água que estará à disposição para abastecimento público é de 200 bilhões de litros e que fará o tratamento necessário para viabilizar a água. Segundo apurou o Valor, a própria empresa ainda não tem informações precisas sobre o conteúdo da água.

Para reduzir a pressão em seu caixa, a Sabesp afirma que vai priorizar, neste ano, investimentos em água; investimentos já contratados e licitados; e aportes com financiamento já contratado.

Fonte: Valor Econômico
Veja mais: http://www.valor.com.br/empresas/3515872/sabesp-despenca-com-incertezas-sobre-receitas-e-riscos

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