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São Paulo lidera IDH municipal entre 16 regiões metropolitanas; veja lista

A região metropolitana de São Paulo tem o maior IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) entre 16 áreas pesquisadas pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). Seu índice é 0,794 em uma escala de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, melhor o desempenho.

O ranking de 16 regiões metropolitanas do país divulgados nesta terça-feira (25) noAtlas do Desenvolvimento Humano, que foi lançado pelo Pnud em parceria com o Ipea (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas), órgão ligado ao governo federal, e a Fundação João Pinheiro.

Com um IDHM de 0,792, a Ride (região integrada de desenvolvimento econômico) do Distrito Federal é a segunda melhor colocada no ranking. A região metropolitana de Curitiba vem na sequência com 0,783.  O quarto lugar ficou com a região metropolitana de Belo Horizonte com 0,774 de IDHM. A quinta melhor região metropolitana é a da Grande Vitória, com 0772.

Entre as piores no ranking, a região metropolitana de Manaus obteve a menor índice entre as 16 analisadas pelos pesquisadores, com o IDHM de 0,720. Belém é a penúltima no ranking com 0,729. Fortaleza e Natal aparecem empatadas com terceiro pior IDHM com 0,732. A região metropolitana do Recife vem em seguida com 0,734.

Todas as 16 regiões metropolitanas estudadas pelo Pnud encontram-se na categoria alto desenvolvimento humano.

Melhora do IDHM nas regiões metropolitanas

O estudo também mostra a comparação com os índices de 2000, primeira vez em que um levantamento do gênero foi feito. Segundo o relatório do Pnud, houve melhora do IDHM nos últimos dez anos em todas as regiões metropolitanas analisadas. Em 2000, o IDHM da região metropolitana de São Paulo era 0,714. O índice do DF era 0,680. A região de Curitiba tinha 0,698. Belo Horizonte aparecia com 0,682. E a região da Grande Vitória tinha 0,678.

Entre os lanternas do ranking de 2010 a melhora do índice também é observada se comparada aos índices de 2000, quando estavam nas categorias baixo e médio desenvolvimento humano. Em 2000,AM Manaus tinha 0,585 de IDHM; Belém, 0,621; Fortaleza, 0,622; Natal, 0,625 e Recife, 0,627.

Para o Pnud, os dados mostram a redução das disparidades entre regiões Norte e Sul do país entre 2000 e 2010.

O Atlas Brasil 2013, lançado em julho do ano passado, traz o IDHM dos 5.565 municípios brasileiros, além de mais de outros 200 indicadores socioeconômicos.

Ranking IDHM por região metropolitana em 2000 e em 2010
  • São Paulo 2000

    0,714

  • São Paulo 2010

    0,794

  • DF 2000

    0,680

  • DF 2010

    0,792

  • Curitiba 2000

    0,698

  • Curitiba 2010

    0,783

  • Belo Horizonte 2000

    0,682

  • Belo Horizonte 2010

    0,774

  • Vitória 2000

    0,678

  • Vitória 2010

    0,772

  • Rio de Janeiro 2000

    0,686

  • Rio de Janeiro 2010

    0,771

  • Goiânia 2000

    0,667

  • Goiânia 2010

    0,769

  • Cuiabá 2000

    0,668

  • Cuiabá 2010

    0,767

  • Porto Alegre 2000

    0,685

  • Porto Alegre 2010

    0,762

  • São Luís 2000

    0,642

  • São Luís 2010

    0,755

  • Salvador 2000

    0,636

  • Salvador 2010

    0,743

  • Recife 2000

    0,627

  • Recife 2010

    0,734

  • Natal 2000

    0,625

  • Natal 2010

    0,733

  • Fortaleza 2000

    0,622

  • Fortaleza 2010

    0,732

  • Belém 2000

    0,621

  • Belém 2010

    0,729

  • Manaus 2000

    0,585

  • Manaus 2010

    0,720

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)

Regiões metropolitanas e bairros

Neste ano, o Atlas do Desenvolvimento Humano traz a análise por regiões metropolitanas para conhecer aspectos da realidade socioeconômica. Este novo recorte permite observar as disparidades que as médias municipais poderiam omitir quando se analisam as desigualdades entre os bairros.

As médias apresentadas até agora escondiam as realidades das microrregiões dos municípios. O Atlas também traz indicadores de UDH (Unidades de Desenvolvimento Humano), que são agrupamentos com características urbanísticas, sociais e econômicas homogêneas em regiões menores.

Uma UDH é estabelecida em uma região que tenha dados comuns em uma determinada área. Assim, os limites de uma UDH nem sempre respeitam as divisórias de um bairro se dentro dele forem identificadas indicadores desiguais como quando há favelas incrustadas em bairros de alta renda, por exemplo. Neste caso, o bairro será separado em diferentes unidades.

Com este modo de análise mais detalhado, as 16 regiões metropolitanas estudadas se transformam em 9.825 UDHs que podem ser analisadas nas suas singularidades. Com o novo serviço, cada pessoa pode fazer a busca por nome de seu bairro ou UDH no Atlas e observar seu perfil.

Educação, renda e expectativa de vida

O Atlas traz ainda a separação dos dados com indicadores usados para calcular o IDHM que são educação, renda per capita e expectativa de vida.

Em 2000, as maiores diferenças nos indicadores de educação estavam entre as regiões de São Paulo (0,592) e a de Manaus (0,414). Já em 2010, as maiores disparidades nesta área ficam entre São Luís (0,737) e Manaus (0,636). Isto mostra que a diferença entre as regiões com melhor e pior índice caiu de 43% para 15,9% entre 2000 e 2010, o que indica que houve redução da desigualdade.

Entre as quatro melhores colocadas no ranking de 2010 – já desconsiderando São Luís, a melhor colocada citada acima –, a região metropolitana de São Paulo foi a segunda mais bem colocada entre as 16 estudadas, com 0,723 de IDH educação. Empatadas com a terceira melhor marca de Ride-DF e Curitiba com 0,701. A quarta melhor região é de Cuiabá, com 0,700.

Ainda em educação, as quatro piores posicionadas – também desconsiderando Manaus que foi citada acima – são Porto Alegre, Belém, Natal e Salvador. Seus índices são: 0,649; 0,656; 0,658; 0,661, respectivamente.

No índice IDHM Renda, em 2000, a maior diferença estava entre as regiões metropolitanas era entre São Paulo (0,779) e Grande São Luís (0,647). Dez anos depois o índice melhorou substancialmente, de acordo com o Pnud. Em 2010, os extremos passam a ser Ride-DF(0,826) e Fortaleza (0,716).

Se considerarmos a expectativa de vida, chamado IDHM Longevidade, a Ride-DF tem o melhor índice com 0, 857. Porto Alegre é a segunda melhor colocada com 0,855. São Paulo, que é líder o IDHM geral, figura neste quesito no terceiro lugar com 0,853 de índice, empatada com Curitiba. Belo Horizonte aparece na sequencia com 0,849 de IDHM longevidade.

A maior diferença no IDHM Longevidade em 2000 estava entre Porto Alegre (0,809) e São Luís (0,729). Em 2010, essa diferença maior foi alterada para Ride-DF (0,857) e São Luís (0,809).

Entenda o IDH dos municípios
  • O que é IDHM?

    O indicador ajusta o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) para a realidade dos municípios e regiões metropolitanas. O dado foi desenvolvido para refletir as especificidades regionais dos bairros e suas desigualdades entre as regiões dentro de uma cidade. O índice varia de 0 a 1, quanto mais próximo de 1 melhor o desempenho.

  • Como é composto o IDHM?

    Assim como o IDH, o IDHM leva em conta renda per capita, educação (média de anos de estudo e anos esperados de escolaridade) e expectativa de vida das pessoas das regiões estudadas.

  • Por que foi criado o IDHM?

    Para fazer uma análise mais refinada sobre a realidade dos municípios que seriam mascaradas por um indicador único para todo país. O indicador pode auxiliar gestores públicos a desenhar políticas próprias às características de suas regiões.

  • Posso comparar o IDH global com o IDHM?

    Não, os indicadores escolhidos para calcular os índices são diferentes. O IDHM só pode ser comparado com o próprio índice. Ou seja, não podemos comparar o município mais bem colocado no ranking do IDHM, que é São Caetano do Sul (SP), com índices de cidades da Noruega, que lidera o IDH global, ou qualquer outro município de fora do Brasil.

  • Por que o IDHM só está disponível para 2000 e 2010?

    O IDHM indica tendências de longo prazo. Seu cálculo se baseia em dados do Censo Demográfico que só é atualizado a cada dez anos. Ele também depende de indicadores que se movimentam muito lentamente e apresentam modificações notáveis após mudanças de gerações como educação da população adulta e expectativa de vida.

Fonte: Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento)
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