TERESINA – No ano em que completa 163 anos, Teresina continua no ranking de capital nordestina com um dos menores índices de cobertura de saneamento básico. Apenas 18% de toda a área urbana composta por 112 bairros possui saneamento. Enquanto setores da administração pública se reúnem para discutir o tão esperado Plano Diretor de Saneamento da cidade, a população teresinense continua convivendo com problemas históricos: alagamentos de ruas nos períodos chuvosos, galerias e lixões a céu aberto, rios poluídos.
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Galerias a céu aberto
Dos 112 bairros da nossa capital, apenas 15 possuem cobertura de saneamento. Desses 15, apenas o Morada Nova está situado na zona sul. O fechamento das galerias no Promorar resolveu o problema da “fedentina” que incomodava moradores e transeuntes, mas, em outros lugares como a Vila Irmã Dulce, o problema continua.
O sistema de saneamento implantado nos bairros contemplados com o Projeto Lagoas do Norte amenizou a situação daquela parte da cidade, no entanto as famosas galerias abertas do Mocambinho continuam incomodando os moradores.
Poluição do rio Poti e o lixão da zona sul
Não é somente o derramamento de esgotos de indústrias e residências que causa a poluição do rio Poti. De acordo com um estudo realizado em 2014, pela ONG Olho Aberto, o lixão a céu aberto situado na zona sul também é responsável pelo elevado índice de poluição no rio que banha parte da área mais nobre da cidade, mas é também o mais poluído.
O resultado do estudo foi divulgado, mas nenhuma medida foi tomada pela administração municipal, que a exemplo de outras capitais e outras grandes cidades do Brasil,não conseguiu obedecer ao prazo estabelecido pela lei 12.305/2010 que criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e determinou o fechamento dos lixões a céu aberto, até 2015, substituindo-os por aterros sanitários.
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Em julho desse ano, o Senado aprovou o PLS 425/2014 prorrogando esse prazo para 2018. A iniciativa do projeto foi para atender ao apelo de vários prefeitos que não conseguiram cumprir o prazo anterior.
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No início desse ano, a Prefeitura havia proibido a entrada de pessoas no lixão da zona sul para iniciar o processo de transformação do local em aterro sanitário, mas voltou atrás na decisão para organizar os catadores em cooperativa. De acordo com o secretário executivo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Vicente Moreira, o objetivo é criar uma unidade de triagem para coleta seletiva.
Os catadores aguardam que a unidade seja implantada. Enquanto isso, o maquinário adquirido para a seleção dos resíduos vira ferro velho em um galpão construído para abrigar os catadores que irão trabalhar nessa seleção.
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Dona Calu, catadora no lixão há mais de dez anos, disse que o maquinário para a coleta seletiva já está no local há muito tempo, e não entende porque não se começa logo.”o prazo que deram no começo do ano foi de noventa dias, e até agora nada”,afirmou.