IFR-Bônus da OAS têm forte queda; mercado aguarda reestruturação

NOVA YORK, 6 Jan (Reuters) – Os bônus emitidos pela OAS
caíram mais nesta terça-feira, enquanto mercados preparam-se
para uma reestruturação após a empresa não ter pago títulos com
vencimento em 2021, informou o IFR, um serviço da Thomson
Reuters.

Os bônus sêniores com yield de 8 por cento e vencimento em
2021 estavam a 13,50-15,50 dólares, abaixo dos 20-30 dólares de
segunda-feira, mas em linha com os bônus perpétuos da companhia.
Os bônus perpétuos da OAS atingiram baixa de 0,08 dólar na
segunda-feira antes de retomar para 12-15 dólares.

“Não deveria haver uma diferença no preço se a companhia vai
se reestruturar”, disse um analista de crédito corporativo.
A OAS não pagou 16 milhões de dólares de um total de 400
milhões de dólares em títulos em 2 de janeiro e contratou a G5
Evercore como assessor financeiro. Representantes
da G5 Evercore não estavam imediatamente disponíveis para
comentar.

A OAS ainda tem um prazo de 30 dias antes de um default ser
declarado. A empresa também deverá pagar um cupom de 11,1
milhões de dólares em 25 de janeiro relativo a bônus perpétuo de
500 milhões de dólares a 8,875 por cento, e outros 36,1 milhões
de dólares em 19 de abril relativos a 875 milhões de dólares com
yield de 8,25 por cento e vencimento em 2019, de acordo com o
relatório de um analista de crédito.

No terceiro trimestre de 2014, a OAS tinha dívida bruta
consolidada de 3,61 bilhões de dólares, versus caixa de apenas
628 milhões de dólares, de acordo com o balanço da companhia.
Os bônus da empresa já estavam sob considerável pressão. A
OAS é uma das muitas construtoras envolvidas na investigação
Lava Jato, da Polícia Federal, que apura denúncias de corrupção
na Petrobras.

Em novembro, os bônus de 2021 da OAS caíram de 90 dólares
para 30 dólares em questão de dias. Investidores viram a OAS
muito exposta às acusações de corrupção já que era mais
alavancada e menos diversificada que outras construtoras que
atuavam com a Petrobras e que têm dívida em dólar. Mas poucos
anteciparam que a reestruturação viria tão rápido.
“A OAS surpreendeu as pessoas, já que enfatizavam que a
relação entre caixa e dívida de curto prazo era administrável”,
disse uma fonte de banco de investimento.
De acordo com a agência de classificação de risco Fitch, a
companhia tem a estratégia de não pagar obrigações de curto
prazo com o objetivo de preservar a liquidez e tentar manter
“atividades operacionais o mais próximo possível do ritmo
regular”.

A Fitch reduziu a nota da OAS de “B+” para “C” na semana
passada e Moody’s e S&P tomaram o mesmo caminho na
segunda-feira, reduzindo a nota da empresa, citando o não
pagamento e a possibilidade de uma ampliação da dívida da
companhia.

“A nota C reflete nossa expectativa de perdas significativas
para credores em uma potencial reestruturação de dívida devido à
alta dívida da OAS e fraca geração de caixa”, disse a Moody’s.
As agências de rating alertaram que o ambiente operacional
da companhia está sendo afetado pela desaceleração econômica no
Brasil, a volatilidade no câmbio e as investigações sobre
corrupção. “Os eventos recentes impõem limitações às
alternativas de financiamento da companhia, refletindo custos de
dívida mais altos e possíveis mudanças materiais em sua
estrutura de dívida”, disse a Moody’s.

(Por Paulj Kilby)
Para ver o noticiário do IFR, acesso www.ifrmarkets.com
((Tradução Redação Rio de Janeiro, 55 21 2223 7155))
REUTERS LB AAJ

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