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De GE a JBS, empresas disputam os bilhões da iluminação pública no País

Fabricantes de lâmpadas, distribuidoras de energia, investidores da área de infraestrutura e diversas outras empresas estão se preparando para entrar em um negócio novo para muitos deles: a gestão de iluminação pública. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou que as prefeituras assumam a gestão desses ativos até 31 de dezembro e muitas devem fazer parcerias com a iniciativa privada – negociação que já está em curso em São Paulo.

As empresas querem aproveitar a mudança de gestão para vender projetos de eficiência energética, focados na adoção de tecnologia LED. O potencial de negócios com a troca da lâmpada para o LED nos cerca de 20 milhões de postes do País é estimado em R$ 40 bilhões, cifra que pode se tornar maior com a oferta de novos serviços “agregados” aos postes.

A primeira disputa por esses negócios já começou. A Prefeitura de São Paulo abriu consulta pública para receber propostas para modernizar sua rede de iluminação, de 561 mil postes, e recebeu 11 projetos. A Prefeitura quer que o sistema seja automatizado, capaz de identificar sozinho quando uma lâmpada não funciona e de alterar a intensidade de luz caso necessário.

O <strong>Estado</strong> teve acesso às propostas apresentadas. Os estudos de viabilidade econômica são diferentes, mas apontam para investimentos de até R$ 5,5 bilhões e receitas que podem chegar a R$ 23,7 bilhões em 30 anos, segundo as maiores estimativas apresentadas.

Entre as empresas que fizeram propostas estão as fabricantes de lâmpadas General Electric (GE), Philips e Unicoba, a consultoria KPMG, as concessionárias de energia CPFL e AES Eletropaulo, a J&F Infraestrutura (do mesmo grupo do frigorífico JBS) e diversas empresas que prestam serviço de instalação, manutenção e consultoria para o setor elétrico.

O processo está em fase de consulta pública, mas algumas já fecharam parcerias e apresentaram projeções financeiras. A Philips e a AES Eletropaulo, por exemplo, querem entrar juntas no negócio e calculam receita potencial de R$ 8,13 bilhões em 30 anos. A projeção das empresas é investir R$ 2,7 bilhões no período, sendo R$ 1,2 bilhão em troca de lâmpadas.

A maioria das propostas segue um modelo parecido com outras concessões de infraestrutura, como rodovias ou aeroportos – não há referência no Brasil para PPPs de iluminação pública desse porte. Os concessionários investem nos primeiros anos e recuperam esses valores no longo prazo. No estudo do consórcio de GE, Citéluz e Engeform, por exemplo, o investimento se paga em 13 anos.

Além de participar da PPP de São Paulo, a GE criou uma divisão para captar projetos de iluminação em várias prefeituras. “Hoje só 2% dos postes têm iluminação LED. Vamos oferecer a solução no País inteiro”, disse o presidente da GE Lighting para a América Latina, Rodrigo Martins. Segundo ele, a empresa tem “estudos avançados” para construir uma fábrica de LED no Brasil, que só depende do fechamento de contratos.

A Philips afirma que vai ampliar sua fábrica, em Varginha (MG), se fechar negócios. O argumento das fabricantes de lâmpada é que o LED trará economias de energia de cerca de 50%. Só em São Paulo, a troca gera uma economia de energia capaz de abastecer uma cidade como Florianópolis.

Apesar de apostar na tecnologia, a CFPL Energia ainda vê com ceticismo a transição. “Nem todas as prefeituras terão condições de migrar para o LED neste momento. Cada lâmpada custa cerca de oito vezes o valor da luminária de sódio”, disse o diretor de engenharia da CPFL, Paulo Bombassaro. A empresa hoje faz a gestão da rede pública de 500 municípios da área de concessão, serviço que voltará às prefeituras em 2015. “O diferencial desse negócio é o serviço, e não a lâmpada. Vamos disputar todos os contratos de prefeituras que nos convidarem.”

<strong>Serviços adicionais. </strong>A mudança no sistema de iluminação da capital paulista abre oportunidades de oferta de outros serviços. O consórcio formado por J&amp;F Infraestrutura, Alusa e FM Rodrigues propõe, por exemplo, construir uma rede de fibra óptica para conectar o sistema de iluminação, que pode gerar receitas adicionais de R$ 7,4 bilhões em 30 anos. A proposta também prevê oferta de banda larga e até venda de crédito de carbono.

Outros projetos, como os apresentados pela KPMG e pelo consórcio Renova (formado por seis empresas), também preveem a oferta de serviços como recarga de veículos elétricos, monitoramento de tráfego e Wi-Fi grátis em locais públicos por meio dos postes.

A Secretaria de Serviços encerrou a análise das 11 propostas na semana passada e encaminhou a cinco secretários municipais. Após o parecer deles, a Prefeitura vai lançar o edital para a licitação. Aí a disputa pelo contrato começará de fato.

Fonte: Estadão

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