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Governo do ES anuncia programa para uso da água e do solo

O início das obras do Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem acontece ainda este mês, conforme anunciou o Governo do Estado do Espírito Santo nesta segunda-feira (17). O estado vive a pior seca dos últimos 80 anos.

O programa prevê ações integradas para uso coordenado da água, do solo e recursos relacionados ao desenvolvimento sustentável. Serão construídas 14 bombas elevatórias, quatro estações de tratamento de esgoto e 58 quilômetros de rede de coleta.

De acordo com o Governo, atualmente, o índice de coleta e tratamento de esgoto na Região do Caparaó é próximo a zero e a expectativa é chegar a 100% de atendimento.

As ligações intra domiciliares, que unem a rede interna das residências à rede coletora implantada na rua, serão feitas no decorrer da obra. Serão 8.405 ligações nos quatro municípios. Assim, ao término da implantação, sete milhões de litros de esgoto por dia deixarão de poluir os rios nessas localidades.

Há investimentos programados para:
– Proteção e recuperação dos mananciais por meio de ações de fortalecimento da gestão hídrica;
– Recuperação da cobertura florestal com a promoção de práticas sustentáveis de manejo da terra;
– Ampliação da cobertura dos serviços de esgotamento sanitário;
– Melhoria da eficiência do abastecimento de água;
– Elaboração de plano diretor metropolitano de manejo de águas urbanas;
– Gestão integrada de risco de desastres, incluindo a melhoria da capacidade de resposta do Estado aos eventos extremos da natureza.

Abrangência
O Programa tem abrangência estadual, e além dos municípios da Região do Caparaó, Dores do Rio Preto, Irupi, Iúna e Ibatiba, ocorrerão obras em Divino São Lourenço e Conceição do Castelo.

Nos aspectos de planejamento e gestão dos recursos hídricos e também de gestão de risco, haverá ações específicas para o saneamento ambiental em Vila Velha, Cariacica, Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Marechal Floriano, das bacias dos rios Santa Maria da Vitória e Jucu.

O objetivo é ampliar a cobertura florestal do Estado, com o programa Reflorestar e projeto Mangaraí; e institucionalizar e promover boas práticas agrícolas e de construção de estradas vicinais para contribuir na redução do assoreamento e poluição dos corpos d’água.

O diretor-presidente da Cesan, Pablo Andreão, enfatizou que o comportamento histórico tem que ser corrigido.

“Antigamente as casas eram construídas ‘de costas’ para os rios, e o despejo de dejetos nos afluentes era o que se considerava certo. Eles davam conta de levar a sujeira para longe das casas. Hoje, temos que ser conscientes de que não existe o ‘jogar pra fora’, pois afastá-los dos olhos não os faz desaparecer instantaneamente. É necessário que cada pessoa se conscientize de sua responsabilidade socioambiental e coopere, seja em sua casa ou fora dela”.

Andreão disse ainda que a Região do Caparaó – conhecida por ser uma das mais visitadas do Espírito Santo devido às belas paisagens – terá o sistema de esgotamento sanitário universalizado com este investimento, pois a falta de saneamento básico não afeta apenas a saúde, mas também a economia.

“A agricultura artesanal, importante na região, será fortalecida junto ao turismo. Em parceria com as Secretarias de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama); de Agricultura (Seag), por meio do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural); e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), vamos ‘plantar água’, cuidar da água dos rios para conservá-la em uma condição adequada para a sustentabilidade”, finalizou.

Investimento
O Programa de Gestão Integrada das Águas e da Paisagem é financiado pelo Banco Mundial e o investimento estimado é de US$ 323 milhões (R$ 1 bilhão), a ser realizado em 5 anos.

O valor da primeira etapa de obras – coordenadas pela Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan) – é de R$ 51,8 milhões, para implantação de sistemas de esgoto em Iúna, Ibatiba, Dores do Rio Preto e Irupi, na Região do Caparaó.

Essas primeiras obras vão beneficiar 34 mil moradores.

Empregos
Estima-se a criação de 4.300 empregos diretos no setor, 2 mil empregos indiretos e 6.600 empregos gerados em outros setores da economia – devido ao aumento de gastos dos trabalhadores – totalizando, aproximadamente, 13 mil vagas.

Fonte: G1

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