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Pesquisa inédita aponta desmatamento como principal causa de mudança climática

Todo mundo sabe que o clima está mudando no planeta. Mas quais são as causas dessas mudanças climáticas? E qual é a nossa participação nesse processo? Uma pesquisa inédita ouviu brasileiros, por todo o país, atrás de respostas. O resultado o Fantástico mostrou em primeira mão.

A vida na metrópole é afetada pelo que acontece no fundão da floresta, a milhares de quilômetros?
“Conforme vamos desmatando, a umidade vai caindo porque o que consegue concentrar a umidade são as árvores. Com o desmatamento delas, não temos a subida de vapor que faz com que carregue as nuvens e se transforme em chuva”, explica a estudante Thayline Marim. Como a maioria dos brasileiros, Thayline vê relação direta entre o desmatamento e a falta de água para beber e gerar energia.

“Precisamos das florestas e do fornecimento de água para a nossa segurança energética e temos um potencial de energias renováveis no Brasil que é muito pouco explorado”, diz Carlos Rittl, presidente do Observatório do Clima.
A imensa maioria dos brasileiros, segundo a pesquisa, acredita que o Brasil já está sendo afetado por mudanças climáticas, e aponta o desmatamento como principal causa.

“A gente já chegou a 90% das emissões brasileiras serem do desmatamento até o fim dos anos 1990. Hoje já caiu, mas ainda é 50%, 55%, até 60% dependendo do ano”, diz Marcos Freitas, Coppe-UFRJ.

Reduzir o desmatamento é apontado pelos entrevistados como bom para o clima e bom para a economia. Outras causas das mudanças climáticas, na visão dos brasileiros, são a queima de petróleo e carvão mineral, atividades industriais e o lixo doméstico.

“Dez por cento da minha vida é dentro dos transportes públicos”, constata Thayline.
Thayline passa três horas por dia no trânsito. Melhorar o transporte público é apontado como solução. Automóveis emitem oito vezes mais gases de efeito estufa por passageiro, do que o ônibus e 36 vezes mais do que o metrô. E 84% dos entrevistados acham que o governo faz menos do que deveria, ou não faz nada, para lidar com as mudanças climáticas. E a maior parte acredita que o Brasil deveria assumir liderança internacional nas discussões sobre o clima.

O Datafolha também perguntou sobre microgeração de energia solar. É quando o próprio consumidor instala placas de captação solar em casa ou na empresa. Sete em cada dez brasileiros já ouviram falar do sistema. E quatro em cada dez têm muito interesse em instalar em casa. A Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, estima que até 2024 os telhados estarão produzindo mais energia do que as usinas nucleares de Angra 1 e 2, juntas.

O engenheiro alemão já havia instalado um sistema de aquecimento de água de baixo custo.

“Objetivo é não gastar mais dinheiro com água quente já que o sol fornece o calor que a gente precisa pra tomar banho”, diz o engenheiro Hans Rauschmayer.

A água que cai no telhado é recolhida e bem aproveitada.

“As descargas dos banheiros, por exemplo, funcionam todas com água da chuva”, diz a professora Ana Portilho.
O maior investimento foi na geração de energia solar, compartilhada com a rede pública. Funciona assim: os painéis transformam a energia do sol em eletricidade. Boa parte é consumida dentro de casa. O que sobra, vai para a linha que passa no poste da rua. Um relógio conta o que sai. Sem sol, o ritmo é invertido, e a casa pega luz da rua. O relógio, então, marca a entrada. Na conta de luz vem o resultado: ou são descontados os quilowatts gerados, ou, se gerou mais do que gastou, fica com crédito.

“A última conta foi de R$ 80, e sem energia solar seria R$ 190, então uma economia bem interessante”, aponta Hans.

Em outros estados, que já isentaram o ICMS da energia gerada em casa, a vantagem é maior. Hans calcula que quem instala o sistema hoje paga o investimento em seis anos.

“Energia solar tem vida útil de 25 anos, então você paga em seis e ganha 25”, explica o engenheiro.

E se todos os telhados gerassem energia?

“A gente conseguiria, com o sol que incide nos telhados, gerar o dobro da energia que é consumida nas residências e gerar até seis milhões de empregos”, diz Ricardo Baitelo, coordenador de Clima e Energia do Greenpeace.

Juazeiro da Bahia.

“Eu fui funcionária no começo, na montagem, e hoje eu sou uma microempreendedora, dona do meu próprio negócio”, diz a empresária Lucineide Maria da Silva.

Neide cuida da manutenção de quase dez mil painéis solares que cobrem dois conjuntos do Minha Casa, Minha Vida. O investimento foi da Caixa Econômica Federal, e os condomínios são os donos. Vendem a energia, separam 30% para manutenção, 10% para investir em melhorias, como um centro comunitário. O resto é distribuído entre os moradores, que viviam praticamente só do Bolsa Família.

“A Bolsa Família a gente tira cento e poucos reais, da energia solar tira R$ 120, R$ 80, dependendo da geração. A gente está bem atendido, dá pra pagar a nossa casa própria, pagar o botijão de gás, e ainda investir em alguma coisinha que quiser da alimentação da família. Então a gente só pode estar feliz”, diz Gilsa Martins de Oliveira, síndica de um dos condomínios.

Como não estar feliz? Neide tinha dificuldade até para alimentar os quatro filhos. “Tinha vez que eu vinha pra casa da síndica pra pedir algo pra dar pra eles se alimentarem”, conta Neide.

Agora, a empreendedora tira mais de R$ 1 mil por mês: “subi no telhado, tô subindo na vida, estou decolando igual avião”, comemora Neide.
 

 

Fonte: G1

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