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Agência federal abandona grupo de crise do Cantareira

SÃO PAULO  –  A  Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta sexta sua retirada do comitê que assessora a gestão do sistema Cantareira – principal fornecedor de água para 9 milhões de pessoas na Grande São Paulo, que passa por uma crise sem precedentes desde o início do ano.

Ligada ao governo federal, a agência propôs a dissolução do grupo, criado em fevereiro por representantes seus, do governo de São Paulo, da Sabesp e dos comitês das bacias que alimentam o sistema.

Segundo ofício assinado pelo diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, a saída leva em conta “as manifestações do Dr. Mauro Arce”, secretário paulista de Recursos Hídricos, sobre a quantidade de água a ser retirada do Cantareira.

Ele afirma que o secretário negou acordo, proposto por ele ao grupo, para que a Sabesp reduza o volume de água que retira do sistema. E que deixa o comitê “especialmente” pela falta de novas definições sobre essa questão.

A ANA defende a redução da vazão para poupar o sistema, mas o governo não quer assumir esse compromisso, para evitar o desabastecimento da região metropolitana.

Por duas ocasiões, a secretaria afirmou que “não houve acordo ou decisão” sobre diminuir a retirada de água do sistema. Procurados, nem a secretaria nem seu titular se manifestaram.

Técnicos ligados à ANA e ao governo paulista afirmam que a divergência entre eles se aprofundou com o agravamento da crise que abaste o sistema, que nesta sexta-feira (19) tinha apenas 8,4% da água que é capaz de armazenar.

Eles avaliam que, com o risco de desabastecimento aumentando progressivamente, a retirada da ANA do grupo é estratégica para eximi-la da responsabilidade sobre a gestão da crise – especialmente no período eleitoral.

Procurado, o diretor-presidente da ANA, Vicente Andreu, não se pronunciou.

É consenso entre os técnicos que a saída da ANA deve levar o grupo a acabar, o que deixará uma espécie de “vazio institucional”.

Isso porque os parâmetros para gestão do Cantareira, fixados na outorga do sistema, não previam um cenário tão seco como o deste ano, e o grupo servia para discutir novos critérios que dessem sobrevida ao sistema.

Para o professor da USP Rubem Porto, o problema não é técnico, mas o rompimento de um diálogo. “Por mais que divirjam, as instituições precisam se entender para tomar decisões estratégicas.”

(Folhapress)

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