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Alckmin adia entrega de obra que vai levar água da Billings ao Alto Tietê

Bombeamento de água da represa foi previsto inicialmente para maio. Segundo a Sabesp, foi detectado um vazamento submerso.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), adiou a entrega da obra de interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê, que tinha sido anunciada para esta quarta-feira (30). Trata-se de um novo atraso na obra, que foi anunciada inicialmente para maio deste ano e que é a principal intervenção contra a crise hídrica prevista para ser inaugurada em 2015.

A obra vai bombear 4 m³/s da Billings para a represa de Taiaçupeba, que integra o Sistema Alto Tietê. Isso vai aumentar a afluência (entrada de água) no sistema em cerca de 20%. A medida visa socorrer o sistema que vive situação crítica, segundo o governo de São Paulo. O Alto Tietê é responsável pelo abastecimento de 5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, a maioria parte na Zona Leste e municípios da região metropolitana.

Segundo a assessoria do governo de São Paulo, a inauguração foi adiada porque os “últimos testes e ajustes necessários para o pleno funcionamento da obra de interligação estão sendo finalizados”. Já a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) afirmou que foi detectado um vazamento em uma junta submersa. “Mergulhadores estão no local trabalhando para solucionar a questão. Estas ocorrências fazem parte da fase de operação assistida da obra”, disse a Sabesp.

Outro entrave para a inauguração da obra era a falta de uma licença ambiental de operação. O documento, porém, foi emitido nesta quarta-feira pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Reforço
O bombeamento da água para o Sistema Alto Tietê poderá favorecer ainda o Sistema Cantareira, já que a água vai ser levada a partes das zonas norte e leste originalmente atendidas por esse sistema. O Cantareira também vive situação crítica e opera na segunda cota do volume morto, com 16,2% da capacidade.

Já o Sistema Rio Grande, que vai fornecer a água através de um braço da represa Billings considerado mais limpo, vive uma realidade mais confortável é opera com 85,6% da capacidade. A água chegará no Sistema Alto Tietê através da Represa de Taiaçupeba, em Suzano.

O investimento previsto inicialmente para a interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê foi de cerca de R$ 130 milhões. As obras incluíram a instalação de quatro bombas com capacidade para empurrar a água 80 metros acima, superando o morro que divide a região do ABC de Suzano. A água atravessa 11 km de tubulação para ser levada de um sistema ao outro.

Na semana passada, ao anunciar a inauguração da obra nesta semana, o governador Geraldo Alckmin afirmou que cada 1m³/s representa 300 mil pessoas que poderão ser atendidas”. “Estamos cumprindo rigorosamente. Fazer uma obra daquele tamanho em cinco meses é uma coisa impressionante”, disse.

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Após um mês de janeiro seco, em que a Sabesp já falava em adotar um rodízio na capital paulista, o governador Geraldo Alckmin previu no inicio de fevereiro que parte da tubulação ligando o Rio Grande ao Alto Tietê já estaria pronta em maio. A ideia era já transferir 2 metros cúbicos, a metade do total previsto.

“A própria Sabesp vai executar a obra. Vai trabalhar, sábado, domingo, de noite. São 11 km, vamos ter que ter 22 km de tubos pra poder levar do Rio Grande até Taiaçupeba, e bombas para poder fazer as elevatórias. Estamos trabalhando com a expectativa de até maio, se possível até abril, já ter a primeira linha de tubos, 2 metros cúbicos, e depois termos uma segunda linha de tubos”, disse à época.

Em seguida, a Sabesp e o governo do estado foram surpreendidos pela chuva acima da média histórica em fevereiro e em março. Foi o verão mais chuvoso desde 2011 no Sistema Cantareira, fazendo a companhia de abastecimento mudar o discurso e afirmar acreditar que não seria mais necessário um rodízio.

Questionado se a chuva de fevereiro e março faria o governo diminuir o ritmo das obras, Alckmin negou essa possibilidade em entrevista coletiva em 23 de março.

Em nota, a Sabesp disse que a alteração no cronograma do projeto foi um ajuste normal “dado o tamanho e a complexidade de uma obra desse porte”.

Fonte: G1

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