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Falta d’água já afeta diversos municípios do interior de São Paulo

IG

São Paulo – Cidades do interior de São Paulo adotaram racionamento ou rodízio de água em meio ao longo período de estiagem que atinge o Estado desde o início deste ano. Cada prefeitura estuda a melhor forma para enfrentar o problema.

A cidade de Itu, que é uma das mais afetadas pela falta d’água, enfrenta racionamento oficial desde fevereiro. A estiagem na cidade já provocou diversos protestos de moradores e mais de mil reclamações da população ao Ministério Público.

Na última quinta feira, por exemplo, o município de Barretos passou a adotar o racionamento de água de forma oficial. Segundo a prefeitura, a medida foi tomada, após a constatação de que o Ribeirão Pitangueiras, responsável por 60% da água consumida na cidade, registrou grande queda no volume, com a profundidade baixando 60 centímetros e atingindo 1,2m. Por causa disso, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) da cidade decidiu aplicar multa de R$ 264,60 aos moradores flagrados lavando calçadas ou veículos. Em caso de reincidência, o valor será dobrado.

Na capital paulista, muitos moradores reclamam de falta de água em diversos bairros, mas a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) não admite o racionamento. Para diminuir o consumo, desde fevereiro a companhia concede descontos para consumidores do Sistema Cantareira que economizarem água.

Em Guarulhos, o rodízio começou dia 14 de março. De acordo com o Saae da cidade, o consumo é liberado um dia sim e outro não. Dados da companhia indicam que aproximadamente 13% da água disponibilizada na cidade são de sistemas próprios, que utilizam captações superficiais e subterrâneas.

Do restante operado pela Sabesp, 62% saem do Sistema Cantareira (um dos mais prejudicados com a estiagem) e 25% do Sistema Alto Tietê. Para enfrentar a crise, o Saae também decidiu oferecer descontos para consumidores que reduzirem o consumo. O rodízio em Bauru é operado desde quarta-feira, de maneira diferenciada. A cada 24 horas (das 6h as 6h), o abastecimento é alternado entre as regiões do centro e zona sul e da Vila Falcão e Bela Vista.

A falta d’água já afeta milhões de moradores do interior de São Paulo

Foto:  Reprodução Internet

Assim, uma área fica sem água para que outra possa ser abastecida. Segundo a prefeitura, a combinação de escassez de chuvas e altas temperaturas, que aumenta o consumo de água, provocou a redução do nível do Rio Batalha. A medição do manancial passou dos 2,25m, registrados na última sexta-feira, para 1,27m, na tarde de segunda-feira. De acordo com a prefetura de Guarulhos, a situação, que afeta 38% da população da cidade (o restante é abastecido com água de poços), seguirá por tempo indeterminado, até o retorno do período de chuvas.

Em Mauá, a prefeitura criou o Projeto Revezamento de Abastecimento, que ocorre de segunda à sexta-feira e envolve toda a cidade. A cada quatro dias com água, o consumidor enfrenta um dia sem. O projeto foi adotado no dia 1º de outubro e passará a funcionar na próxima segunda-feira. A prefeitura de Cruzeiro implantou rodízio programado desde a última terça-feira, com interrupção do serviço por 24 horas, em dias alternados. Na cidade, o rodízio também só será suspenso com a volta das chuvas.

Em Mirassol, o rio São José dos Dourados, que abastece mais de 30% da cidade, está praticamente sem água. Enfrentando problemas técnicos também no poço Guarani, que dá suporte à captação no rio, a região central da cidade entrou em estado de atenção. Com isso, cerca de 40% da população enfrentará problemas com a falta de água até a semana que vem. Enquanto isso, a prefeitura deve oferecer caminhões-pipa para abastecer locais de emergência, entre eles escolas e postos de saúde.

Um barco é visto no meio do leito de lago quase seco atrás da represa Nazaré Paulista, que faz parte do Sistema Cantareira

Foto:  Roosevelt Cassio / Reuters

Salto, um município próximo à Itu, enfrenta reduções noturnas no abastecimento. Principal fonte de água do município, o Ribeirão Pirahy está com 20% do nível de fornecimento. A capacidade dos ribeirões Buru e Ingá (Lagoa da Conceição), chega, respectivamente, a 30% e 50%. O período de contenção começou na segunda-feira e ocorrerá todos os dias, entre 21h e 6h.

Em Araras, desde quinta-feira, o racionamento inclui todos os bairros. O fornecimento de água é interrompido entre 6h e 18h. Segundo a prefeitura, sem a redução do consumo, as atuais reservas de água bruta de Araras seriam suficientes apenas para 50 ou 60 dias. A cidade de Casa Branca também adotou racionamento, estabelecendo cronograma de abastecimento e corte de água até o fim de outubro. A ideia é que a população fique 12 horas seguidas com água e um dia inteiro sem água.

Em Americana, o rodízio, sem previssão de término, foi anunciado na terça-feira, quando se confirmou o baixo nível do Rio Piracicaba, que abastece a cidade. O muncípio de São Sebastião da Grama decretou estado de alerta e decidiu aplicar multas de R$ 291,4 no consumidor que exceder no consumo de água. A represa que abastece a cidade tem somente 20% de sua capacidade. A prefeitura estuda a implantação do rodízio.

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