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Holandês cria turbina eólica que produz água potável

Não é mais preciso ler algumas daquelas histórias de ficção apocalípticas em que povos lutam por água . A falta dela já é uma realidade.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que 40% da população do planeta sofra com crises hídricas. E aqui no Brasil, não precisamos ir muito longe.

Há décadas a região Nordeste enfrenta a miséria provocada pela seca e atualmente, até a capital do estado mais rico do país reza por chuva em seus reservatórios vazios.

De olho neste cenário – e inspirado pelos antigos moinhos de vento de seu país natal –, o holandês Piet Oosterling criou uma solução inovadora: a turbina eólica que produz água potável. E, lógico, também gera energia .

Olhando no horizonte, a turbina parece igual a tantas outras. A única diferença entre o modelo AW e outras tradicionais está nos tanques de água acoplados na haste.

Para entender o funcionamento dela, o mais fácil é pensar no ar condicionado do carro.

Quando ele está ligado e é um dia quente, muitas vezes há água condensada embaixo do aparelho. A tecnologia holandesa opera de forma similar.

Basicamente, o que a empresa Dutch Rainmaker desenvolveu é uma tecnologia que utiliza energia eólica para extrair água a partir do ar.

A turbina aciona quatro compressores. Quando o ar é forçado através dos permutadores de calor e resfriado, a água contida no ar se condensa e as gotas que se formam são coletadas pelos tanques.

Em seguida, a água é mineralizada e pode ser utilizada para consumo humano ou para agricultura. “A turbina consegue produzir uma média de 7.500 litros de água diariamente”, afirma Oosterling.

De acordo com a ONU, cada pessoa necessita de cerca de 110 litros de água por dia para atender necessidades de consumo e higiene.

É bom lembrar que na África subsaariana o consumo per capita é de 10 a 20 litros por dia.

No meio rural do semiárido nordestino este número cai para 6 litros.

O funcionamento da turbina eólica que produz água potável depende de condições climáticas apropriadas. Piet Oosterling explica qual seria o ambiente ideal.

“Os fatores mais importantes são vento e temperatura. A temperatura deve estar entre 15 e 45 graus Celsius e é necessária umidade mínima do ar de aproximadamente 20%”.

Entre as principais vantagens do sistema, se comparado ao de dessalinização da água, por exemplo, são baixo custo operacional e emissão zero de carbono.

Como é autossuficiente, o equipamento pode ser instalado em áreas remotas, já que não depende de água nem eletricidade para funcionar. Se houver vento, até em desertos o AW pode ser instalado.

O inventor acredita que as regiões que mais seriam beneficiadas com a turbina que produz água potável seriam Oriente Médio, África, Austrália, Índia, ilhas tropicais e subtropicais e alguns países do continente americano, entre eles, o Brasil.

Já há duas turbinas em funcionamento. Uma na cidade de Leeuwarden, na Holanda, e outra no Kuwait.

A intenção da Agência de Proteção Ambiental daquele país é ter futuramente 50 máquinas para irrigar zonas de plantio.

A empresa produz ainda outro modelo de turbina eólica, a WW. Esta foi desenvolvida para ser instalada em regiões onde há água, mas poluída ou salgada (oceanos, lagoas, rios).

Além da produção de energia, o equipamento também purifica a água do local.

Invenções sustentáveis, que podem ser utilizadas ao redor do mundo. Agora é só desejar “bons ventos” ao negócio holandês.

Confira abaixo o video que demonstra o funcionamento da turbina AW:

https://www.youtube.com/watch?v=21oXHNrrdHE

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