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Placas solares serão instaladas no Reservatório de Sobradinho

Em dezembro deste ano, Sobradinho deve receber 1 Megawatts (MW) de placas solares instaladas em bombas flutuantes, quando vai gerar também energia renovável com capacidade para atender duas mil famílias. Principal reservatório do Nordeste para produção de energia elétrica, o lago está em situação crítica e corre o risco de entrar no volume morto se não chover até o fim de 2016. A aposta da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) para o reservatório diz bastante sobre o atual momento do setor elétrico: a busca por alternativas de geração em época de escassez de água.

De acordo com o assessor de planejamento estratégico da Companhia, Benedito Parente, o momento é de baixa pluviosidade e, por isso, o ideal é agregar outras formas de produção de eletricidade. “Para ter cada vez mais oferta de geração, Sobradinho está sendo minuciosamente monitorada para que nenhum empecilho comprometa o abastecimento humano e produtivo da região”, explicou. Ele destacou ainda que, se o projeto apresentar bom desempenho nos próximos dois anos, é possível que a expertise seja ampliada para os demais reservatórios operados pela Chesf, como Itaparica, Paulo Afonso e Xingó.

A intenção, no entanto, era que os flutuadores estivessem funcionando este mês. “O problema é que essa tecnologia não existe no Brasil, tendo que ser trazida da França, o que postergou um pou­co o prazo”, revelou. Porém, garante Parente, a situação delicada do lago, se assim permanecer, não deve comprometer o processo de instalação das placas. “Em qualquer lâmina d’água os painéis conseguem ser instalados”, ressaltou.

Em cerimônia realizada em março deste ano, o então ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, destacou que o projeto seria ampliado para 5 MW até o primeiro trimestre de 2017. “Assim que instalarmos o 1 MW, faremos o (novo) cronograma para implantar os demais 4 MW (cuja capacidade atenderia mais oito mil famílias)”, destacou o assessor da empresa. Quando tudo estiver funcionando, a energia será injetada no Sistema Interligado Nacional.

Enquanto o setor elétrico se reformula dada à situação atual de falta d’água, outros setores produtivos temem o desabastecimento. “Dependemos de Sobradinho para irrigar a produção do Vale do São Francisco. Até agora, está tudo bem. O problema é que a barragem está em 10% e, sem previsão de chuva, a tendência é que esse percentual caia ainda mais”, analisou o gerente-executivo da Associação dos Exportadores Hortigrangeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), Tássio Lustoza. Se o volume técnico for acionado, flutuantes para captar a água do canal serão acionados. “Mesmo assim, o racionamento será inevitável”, lamentou.

Fonte: Folha de Pernambuco

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