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Conta de água frustra consumidores que economizaram e pagam a mais

Por causa da crise hídrica, no interior de São Paulo, muita gente precisou fechar as torneiras, e fazer um esforço enorme para economizar água. Só que, no bolso, essa economia não fez tanta diferença.

Com água reaproveitada da máquina de lavar roupa, Renata limpa a casa. Com o início da crise hídrica, ela reduziu o consumo. Passou a pagar a tarifa mínima, que este ano já aumentou 12%.

“Gasto pouco, aí fui, economizei, gastei menos e minha conta só tem aumentado… Desestimula totalmente”, lamentou a doceira Renata Ribeiro.

A empresa de abastecimento de água de Campinas anunciou mais um reajuste de 15% que passaria a valer este mês. A Defensoria Pública do estado de São Paulo conseguiu uma liminar suspendendo o aumento.

“A lei de saneamento básico nacional não permite um reajuste em período inferior a 12 meses. Se houve uma redução do consumo, houve uma redução do produto água distribuído, logo a Sanasa deveria estar gastando menos energia elétrica, menos dinheiro com captação de água, menos dinheiro com tratamento de água e com manutenção”, disse o José Moacir Doretto, defensor público.

A Sanasa, que é a companhia de abastecimento da cidade, alega que como a população economizou, a receita caiu. Enquanto isso, as despesas aumentaram com a energia elétrica mais cara e os produtos para tratamento de água, cotados em dólar. A empresa recorreu da decisão da Justiça.

A vizinha Piracicaba é outra cidade onde dois aumentos na conta de água foram anunciados este ano. Com a mesma justificativa: queda na receita, pela economia de água feita pela população, e aumento nos custos para o tratamento. E o pior é que a estiagem já dá sinais de que dias difíceis virão pela frente. Enquanto a conta aumenta, a água diminui. E transforma a paisagem num dos rios mais tradicionais do interior de São Paulo.

A vazão do Rio Piracicaba nesta segunda-feira (10) é a mais baixa do ano: 80% menor que a média histórica para o mês de agosto. O serviço de água e esgoto da cidade determinou um reajuste de 12% em janeiro.

E no mês passado mais um, de 14%. Apesar de um sistema de tubulação para armazenar água da chuva em cisternas, o engenheiro Leonardo está gastando mais.

“Eu não acho justo porque a população tá economizando, a conta aumenta e a responsabilidade não é só da população”, protestou o engenheiro florestal Leonardo Magnin.

Apesar da revolta, ele não desiste.

“Não adianta a gente ficar sempre esperando do poder público e não fazer a nossa parte”, disse Leonardo Magnin.

O serviço municipal de água e esgoto de Piracicaba declarou que a revisão na tarifa foi autorizada pela agência reguladora de saneamento básico da região. Ainda de acordo com a empresa, a agência levou em conta a redução no consumo que afetou a receita. E, principalmente, o aumento da tarifa de energia elétrica.

Fonte: G1

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