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Especialista fala de “esgoto puro” ao alertar sobre água nos Jogos 2016

Um teste encomendado por uma das maiores agências de notícias do mundo avaliou a praia de Copacabana, a Baia de Guanabara e a Lagoa Rodrigo de Freitas. Os resultados detectaram níveis de coliformes fecais 75% acima do limite brasileiro. Coordenador da pesquisa, Fernando Spilko alertou para o fato do “esgoto praticamente puro” estar sendo despejado (assista ao vídeo).

– Os valores que a gente tem observado nessas coletas são muito altos e, por isso, preocupantes. Se a gente fosse mal comparar com resultados de outros grupos, a impressão é de esgoto praticamente puro sendo despejado nos corpos hídricos – disse Spilko.

baía de guanabara rio 2016 (Foto: Reprodução SporTV)
Baía de Guanabara tem situação mais crítica entre locais de provas aquáticas dos Jogos 2016 (Foto: Reprodução SporTV)

As águas foram testadas na Feevale, uma universidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. A análise identificou, em 150 amostras, presença de adenovírus, um grupo de vírus que causa doenças nas vias respiratórias (como resfriado, bronquite, pneumonia) e no aparelho digestivo (como diarréias e vômitos). Em casos mais raros, podem provocar ainda doenças cerebrais e cardíacas. A remadora Fabiana Beltrame se disse assustada e revelou temor com a saúde dos atletas.

– Fiquei bem assustada. Mais em função dos atletas estrangeiros, que estão vindo para o evento-teste e que vão vir para os Jogos Olimpícos. É uma situação preocupante. A gente não quer que ninguém venha pra cá e fique doente, botando o treinamento de quatro anos a perder – afirmou Beltrame.

De acordo com um estudo da agência Asssociated Press, nenhum dos locais é seguro para os atletas. Na Lagoa Rodrigo de Freitas foram encontrados vírus 1,7 milhão de vezes acima do tolerado nos Estados Unidos. Com esse nível de vírus, segundo o estudo, as praias americanas já teriam sido interditadas.

– O que você tem aí é basicamente esgoto puro. É água dos banheiros, dos chuveiros e do que as pessoas jogam na pia, tudo misturado, que vai para a água das praias. Isso seria interditado imediatamente se fosse encontrado aqui – disse John Griffith, biólogo marinho do instituto independente Southern California Coastal Water Research Project, à Asssociated Press.

A Baía de Guanabara o ponto mais crítico. O Instituto Estadual do Ambiente, que monitora a água do Rio de Janeiro, informou que a regra nacional é controlar apenas os níveis de bactéria, não de vírus.

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