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A mulher e a Engenharia Sanitária

Engenharia: uma visão geral

O profissional de engenharia tem um papel muito relevante no cenário econômico de um país. A Engenharia Ambiental e Sanitária é a área que trata da exploração e do uso dos recursos hídricos. O profissional desta área é responsável por projetos que garantam e melhorem a qualidade de vida da população, e do meio onde vive, seu trabalho inclui importantes áreas como a social, de saúde e ecológica, visando uma forma de prevenir doenças e a preservação ambiental, com a diminuição dos danos ambientais, promovendo um desenvolvimento e crescimento sustentável.

Dados do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostram que a diferença entre a demanda e a oferta de um país por esses profissionais pode ser um fator de limitação para o crescimento de sua economia[1].

De acordo com dados da FAPESP, o número de ingressantes nos cursos de engenharia vem crescendo desde os anos 2000 no Brasil, refletindo a ampla divulgação do déficit que o país possui de profissionais da área.

Gráfico 1: Formação de Engenheiros no Brasil – Graduação em engenharia no país: cursos, ingressantes e concluintes, redes pública, privada e total (200-2013).

Fonte: Pesquisa Fapesp. Disponível emhttp://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/15/formacao-de-engenheiros-no-brasil/

Dentro desta profissão tão necessária e desafiadora vem aumentando cada vez mais o número de profissionais do sexo feminino. Os números comprovam o que é possível perceber no dia a dia. Pesquisas feitas pela Tozzi & Tozzi (2010)[2] apontam para um crescimento da presença feminina na engenharia de 4% nos anos 70, para 14%, em 2009. Segundo dados divulgados em 2013, na Escola de Engenharia da USP, o número de mulheres cresceu 50% em oito anos. Na turma de calouros da engenharia civil da UFSCar em 2013, elas representavam 36% dos alunos[3].

O saneamento e a participação da mulher

Embora tímido, é um número que vem crescendo continuamente. Como prova deste quadro, as mulheres que integram o programa Jovens Profissionais do Saneamento têm como base de inspiração alguns exemplos de profissionais seniores. É o caso da engenheira Maria Fernanda Correia, Diretora de Obras do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Guarulhos (SAAE), que formou-se em Hidráulica e Saneamento Ambiental em 1994 e em Engenharia Civil em 1999. Ingressou no SAAE via concurso público em 2002, ocupando o cargo de Engenheira. No exercício da função observava a ausência de segurança na execução das atividades de seus funcionários com a não utilização de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), a falta de escoramento nas valas e a falta de sinalização de trânsito. Isso ocasionou muitos acidentes e até mortes. Perplexa com esta situação, iniciou a capacitação dos funcionários, com aplicação de cursos, elaboração de apostilas, investimento nas compras de EPIs, escoramentos das valas, na sinalização de trânsito, compra de cones, refletores etc. Cuidou de toda segurança do pessoal de obras e da própria execução da mesma. No início enfrentou certa resistência e falta de comprometimento da equipe. Observou adificuldade de compreensão sobre a necessidade da utilização dos equipamentos de segurança. Em 2004 foi convidada para ser gerente de Obras de Esgoto, quando continuou seu projeto, e passou a ter autonomia para gerenciar os funcionários que respondiam a ela. A partir de 2007 assumiu o cargo da Diretoria de Obras, no qual decide, direciona e garante o bom andamento das atividades do departamento. No período de atuação, desde a gerência, acompanhou a execução de mais de 400 km redes de água e esgoto, 12 reservatórios e 3 estações de tratamento de esgoto, sendo estas feitas em 4 anos. Além disso, suas atitudes serviram como exemplo e base para muitos outros departamentos, como mecânica, elétrica e manutenção, áreas predominantemente masculinas.

Lygia Felix Pereira, Coordenadora técnica de Projetos do SAAE, destaca que é notável que as mulheres têm sido preferência na área de planejamento e elaboração de projetos, sua organização, sutileza e minuciosidade são qualidades de destaque nessa área, embora muitas delas tenham como preferência “por a mão na massa”. Formada em Hidráulica e Saneamento Ambiental há uma década, diz que a proporção de mulheres para homens era de 1 para 4 e hoje já é possível observar que está havendo uma maior equidade na área de engenharia.

São exemplos como estes que mostram que não há distinção para ocupação das vagas no mercado de trabalho. Espera-se que para um futuro próximo a área da Engenharia Sanitária cresça com destaque para profissionais capacitados, independentemente do gênero.

Referências bibliográficas

http://revistapesquisa.fapesp.br/2015/05/15/formacao-de-engenheiros-no-brasil/

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,cresce-procura-por-engenharia-e-faculdades-tentam-suprir-carencias-imp-,950519

http://www.guiadacarreira.com.br/cursos/saneamento-ambiental

http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis

http://www.confea.org.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=15360&sid=1206

http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/se-crescer-4-ao-ano-pais-vai-precisar-do-triplo-de-engenheiros-diz-ipea-45cnzf8tqwx3ywv9f791d3yoe

http://www.ipea.gov.br/portal/images/convite/debate_brasil_escassez_gusso.pdf


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